Nome: Ema Carneiro
Cidade: Porto
Site: www.emacarneiro.com
Blog: emacarneiro.blogspot.com

Como descreverias o teu trabalho?
É um trabalho que muitos gostam, mas nem todos usam. É arrojado e exuberante. São peças que vivem por elas e por isso não são uma compra impulsiva, mas sim por paixão. A expressão é muitas vezes essa: «Estou apaixonada… vou levar».

Como é que tudo começou?
Já fazia algumas coisas, mas com a finalidade de oferecer a amigas e familiares. Um dia, a Ingrid - a minha parceira de feiras convenceu-me (...obrigou-me quase) a comprar uma máquina de corte de feltro, papel, etc.. Mostrou-me a dela e a sua versatilidade, levou-me a noites de convívio da mesma, a eventos e, por fim, comprei. Mas como sou mãe e as minhas compras há muito que deixaram de ser por impulso, tive de começar a rentabilizar a máquina. E agora lá estou de mão na cintura e pé no chinelo a vender as minhas peças nas feiras de artesanato urbano e em algumas lojas.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?
Uma terapia… sem dúvida. Adoro explorar materiais, descontextualizar conceitos. É paixão e o tempo voa.

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?
Neste momento estão a tomar outras proporções, sem dúvida, mas continuo a ser designer gráfica. O que me dá muito prazer.
De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?
De tudo o que está ao meu redor, observo e transformo. Volto a contextualizar.
Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?
Sempre fui meio sucateira, guardo tudo… até as latas de leite em pó que eram da Mafaldinha. E agora estou a utilizar tudo. Vou a lojas de velharias, feiras, drogarias… aproveito tudo.

De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?
De já estar no primeiro sono e descer as escadas até ao meu atelier e colocar em prática a ideia que surgiu, seja a que horas for. E, lógico, o momento em que partilho tudo isso, na venda da peça.
Como é que divulgas o teu trabalho?
O boca a boca é muito importante. No meu blog, nas feiras, nas lojas onde vou… pois ando sempre com um cartãozinho meu.

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?
O papel principal, sem dúvida. Depois as feiras, onde o contacto com o público é fantástico e me fez crescer muito a nível criativo e pessoal. Gosto de interagir com as pessoas. De ser eu a colocar-lhe o colar, mexer-lhe no cabelo para mostrar as potencialidades daquilo que estão a escolher. É muito bom.
O que achas da actual moda do artesanato urbano?
Uma mistura muito grande. Muita qualidade em contraste com muita vulgaridade.

Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?
Nasce… não é imposto. Vai acontecendo. É espontâneo, não sei… vai surgindo.
Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?
Ainda cá ando há pouco tempo para poder eleger, mas tenho alguns trabalhos que sigo e tenho como muito criativos e de muita qualidade.
Quais são os teus sonhos para o futuro?
Sentir-me sempre realizada.

4 comentários:
Gostei muito de ler a Ema aqui.
E não queria deixar de mencionar que me "assustei" quando li: "Sempre fui meio sucateira,..."
Como sempre associei esta expressão a pessoas que são trapalhonas e que fazem o trabalho sem brio e sem gosto, e como definitivamente não é o caso, confesso que não estava a entender! Só continuando a ler é que percebi que sucateira, no sentido de guardar tudo. Eu também sou assim, e já começo a ficar sem espaço!
;-)
Gostei também muito da edição.
Obrigada Carla. Um beijinho. Só hoje vi a minha entrevista editada.
Conheço a Ema há vários anos e nunca me canso de ser izinha dela nas feiras em que participamos.
A energia e brio e orgulho que ela investe em cada venda é sensacional. Vê-la falar e experimentar e dispor do corpo do possívelcliente é deliciante, tanto que nem eles se atrevem a dizer que não.
Espro continuar a ter o privilégio de ver a garra e ao mesmo tempo delicadeza que a Ema emana!
Obrigada Daniela :)
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