domingo, 27 de setembro de 2009

Mané Pupo



Nome: Mané Pupo
Cidade: Vila Nova de Gaia
Blog: manepupo.blogspot.com
Site: http://www.manepupo.com
Loja online: através do site e do blog
Flickr: flickr.com/photos/manepupo





Como descreverias o teu trabalho?

O meu trabalho é um reflexo do mais íntimo de mim. Sou eu própria na minha forma mais confortável: com cor, com luz e muito romântica.



Como é que tudo começou?

Com a complicação da minha vida. Desde sempre estive dedicada às artes e há vários anos que me assumi como artista plástica a tempo inteiro, tendo feito várias exposições em galerias e outros espaços culturais. Mas quando nasceram os meus filhos, um logo a seguir ao outro, deixei de ter tempo para dedicar as horas intermináveis ao atelier que uma tela ou uma escultura em cerâmica exigem.

Entrei numa sabática forçada e a saudade das mãos no barro começou a manifestar-se. Então tratei de me consolar em peças pequeninas que serviam para pendurar ao pescoço. Foi quando uma amiga – porque os amigos nunca nos deixam trair a nossa essência – me sugeriu (está bem: deu-me cabo do juízo!) que partilhasse com o mundo a minha criatividade. A partir daí, e recuperando progressivamente o meu tempo, renasci e cresci no mundo dos crafts.



Como escolheste o nome do teu projecto?

Não escolhi. Mais uma vez, é uma zona de conforto. É o meu nome. Ou melhor, é o nome pelo qual me tratam desde que me lembro de ser gente. Mané - como diminutivo de Manuela, e Pupo – é nome de família com origem italiana e que significa «marioneta» (é giro, não é?).

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Motiva-me a criação. O novo. O reinventado. Faço os meus trabalhos como quem respira: porque preciso para me sentir viva.



Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Sim, são. Que bom que é assim!

De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Vem do sentimento da paixão. Ora pelo mar, ora pelas folhas, pássaros, sons ou cheiros...



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

A base é sempre a cerâmica que compro num fornecedor especializado. Depois, todos os materiais com que a cruzo, sejam metais, tecidos, rendas, e por aí fora, têm as mais diversas origens, mas geralmente vêm ter comigo através de ofertas ou de descobertas, partilhando uma ou duas características: são velhos e cheiram a mofo.

De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

A montagem final. Quando o sonho se torna finalmente realidade.



Como é que divulgas o teu trabalho?

Através do site, do blog, do flickr e de lojas onde tenho peças à venda. E da Rosa Malva, claro!

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sem dúvida que sim.



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Penso que é um sintoma muito positivo de uma geração que sabe lutar pela sobrevivência e valoriza os saberes e tradições ancestrais.

Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Definir um estilo passa tão somente por nos conhecermos a nós próprios e por não recear partilhar essa descoberta.



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Não. Não posso. Não consigo. Se começo, não acabo...

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Sonho poder viver apaixonada todos os dias pelo meu trabalho, como o faço agora.

domingo, 20 de setembro de 2009

Simão feito à mão



Nome: Simão Bolívar
Cidade: Porto
Blog: simaofeitoamao.blogspot.com





Como descreverias o teu trabalho?

O meu trabalho tem sido descrito como «brinquedos com materiais reciclados». No entanto, como a maioria dos trabalhos são feitos em lata e possuem peças pequeninas ou arestas cortantes, tecnicamente não podem ser chamados brinquedos, de forma que eu recorro ao termo «objectos lúdicos com materiais reaproveitados» para expressar de forma mais correcta o que faço.



Como é que tudo começou?

O gosto pelo trabalho manual começou desde pequeno quando brincava na oficina do meu pai que faz teatro de bonecos no Brasil. Profissionalmente, começou quando vim viver em Portugal. Comecei por fazer algumas prendas para uns amigos e depois, cansado de esperar pelos meus documentos, fiz uma proposta ousada, para hoje, um grande amigo, David Monteiro, «Joe». Propus-lhe fazer uma exposição de brinquedos, numa loja que ele tinha na ribeira, cá no Porto. Isto foi em Junho de 2007 e nunca mais parei!



Como escolheste o nome do teu projecto?

O nome foi escolhido assim de relance, estavamos a criar um blog para divulgar a exposição de brinquedos e tinha que colocar um nome e eu disse põe aí Simão feito à mão e, pronto, ficou.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Criar. Gosto de fazer coisas, de materializar ideias, de reaproveitar materiais. De transformar o que era desprezível em algo interessante.



Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Sim, vivo dos objectos que crio, mas divido o meu tempo entre a oficina e o trabalho voluntário na Associação A Caderira de Van Gogh da qual faço parte. Ultimamente, comecei a realizar algumas oficinas onde desenvolvo trabalhos de reciclagem com as crianças.

De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

O que inspira o meu trabalho são artistas como Alexander Calder, Virgílio Moutinho ou Theo Jansen. Mas também os brinquedos tradicionais e as próprias tradições populares portuguesas que interpreto e represento na forma de objectos lúdicos, como, por exemplo, os homens a pisar as uvas ou as senhoras a sacudir tapetes nas varandas da Ribeira.



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Os materiais que utilizo encontram-se por toda a parte, na minha ou na sua casa, são resíduos do dia-a-dia. E tenho toda a gente que conheço e não conheço a contribuir para este processo! Desde familiares e amigos a pessoas que conheço nas feiras onde divulgo o meu trabalho. Volta e meia oferecem-me sacos de lixo, às vezes deixam pendurados na porta de minha casa, e eu agradeço! Retribuo depois com um dos meus brinquedos. É uma das coisas que me entusiasma neste processo, ver as pessoas a contribuir. Porque também há uma componente ambiental naquilo que faço. A Lipor também tem contribuído muito. Aliás não só para o meu projecto mas para muitos outros, têm feito um bom trabalho.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

Agrada-me o entusiasmo de criar algo novo. Pensar nos mecanismos e desenvolver uma ideia inicial. É como um jogo de descobrir, é aí que eu brinco com os materiais e as ferramentas! Depois é o momento final, ficar satisfeito com o resultado e ver os outros brincar!

Como é que divulgas o teu trabalho?

Divulgo o meu trabalho pelo blog, em contacto directo com as pessoas em feiras, exposições e outros eventos, também nas lojas em que tenho as peças à venda e em entrevistas para todos os meios de comunicação, televisão, imprensa rádio e internet.



A Internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sim, sem dúvida. Hoje vivemos de blogs e sites. Todos os eventos circulam na net, os convites e as propostas também. Ainda não recebi nenhum convite por carta, seria giro... Também há quem venda através da Internet. Não é o meu caso, mas já tenho recebido encomendas que depois entrego pessoalmente.

O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Tudo tem um lado bom e um lado mau. Se a moda por um lado gera um leque de oportunidades muito maior, abrindo portas aos artesãos, aumentando o número de eventos e aumentando a sua divulgação em áreas em que até então não eram falados, como a televisão, a rádio e os restantes canais de comunicação. Por outro lado, também faz aumentar o número de trabalhos sem qualidade, há muita gente a fazer as mesmas coisas, apenas com o intuito de ganhar algum dinheiro.



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Continue à procura!

Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Não tenho crafters favoritos.

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Poder continuar a fazer o que gosto.

domingo, 13 de setembro de 2009

Urban Look



Nome: Helena Correia
Cidade: Vila Nova de Gaia
Blog: urban-look.blogspot.com
Flickr: www.flickr.com/photos/54176901@N00




Como descreverias o teu trabalho?

O meu trabalho é muito o reflexo daquilo que gosto. São peças com as quais me identifico e que eu própria gosto de usar. Isso é de tal forma evidente que não faço trabalhos (a não ser a pedido) com determinadas cores das quais não gosto.



Como é que tudo começou?

Eu costumo dizer que começou por acidente! Há cerca de oito anos, precisei de procurar alguns materiais para reparar e transformar algumas das minhas peças e a partir daí ganhei o gosto pela bijuteria. Sempre gostei de fazer trabalhos criativos, quando era mais pequena andava sempre cheia de tralhas atrás de mim, mas este projecto específico foi mesmo assim que começou.



Como escolheste o nome do teu projecto?

O nome já sofreu várias alterações, o inicial era Hel-cor (retirado de Helena Correia), mas como estamos sempre a evoluir, a certa altura senti necessidade de escolher um nome que se identificasse com o trabalho propriamente dito. Assim surgiu o Urban Look.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

O que mais me motiva é, sem dúvida, o facto de ter um escape ao stress. Aquilo que acontece com qualquer outro hobby, com a vantagem de este ser lucrativo! Para além disso, adoro explorar o lado criativo. É muito gratificante sempre que recebo um elogio ou quando me cruzo com alguém na rua que usa uma das minhas peças.



Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Os crafts são um hobby, tenho outra actividade. Neste momento estou a frequentar um curso de formação.

De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

A maior parte das vezes sou apanhada por ela. Costumo dizer que não a procuro, ela é que me encontra :) Pode ser qualquer coisa: uma simples cor, um objecto, uma paisagem... às vezes a coisa mais inesperada. Outras vezes surgem grandes ideias de pequenos erros que cometo enquanto faço experiências.



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Quando comecei a desenvolver este trabalho era muito difícil, mas actualmente existem muitas lojas que vendem este tipo de materiais. A internet facilita muito as compras, no entanto, só compro em lojas físicas que se encontram espalhadas pela cidade do Porto. O facto de haver uma grande procura fez com que o mercado se preparasse nesse sentido.

De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

Agrada-me sempre que começo a tentar perceber se os projectos que faço mentalmente funcionam harmoniosamente na realidade. Muitas vezes isso não acontece... Aquilo de que não gosto mesmo é a parte dos acabamentos, colocar fechos e coisas assim.



Como é que divulgas o teu trabalho?

Tenho a minha página no Flickr, agora criei um novo blog e tenho participado em algumas feiras de artesanato. Conheci através do Flickr e das feiras pessoas muito importantes que me ajudaram a divulgar e a fazer crescer o meu projecto. Para além disso existe sempre presente a velha história da amiga da amiga que vê alguma das minhas peças e encomenda.

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Tenho tido uma falha (grande, na minha opinião) a esse nível. No entanto, estou agora a aprender a explorar mais esse lado. Tenho consciência de que a internet é uma ferramenta muito poderosa. Através do Flickr tive o privilégio de participar na primeira feira de artesanato urbano na cidade do Porto (em Massarelos) e foi sem dúvida uma força impulsionadora para o crescimento do meu trabalho e da participação em outros eventos.



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

O artesanato urbano é uma continuação do trabalho artesanal que sempre existiu, contextualizado nos dias de hoje, com outros materiais e novas linhas. Neste momento assistimos a uma explosão tanto na oferta como na procura. As pessoas que o procuram sentem necessidade de procurar acessórios e peças que as façam sentir de alguma forma diferentes. É um reflexo da globalização, que faz com que tudo seja muito semelhante e equilibrado. Ainda que a nível muito diferente, podemos quase comparar essa procura com aquilo que se passa com as «tribos japonesas», o equilíbrio a nível tecnológico é tão grande, que a diferenciação é uma necessidade.



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Quanto a isso, acho que um estilo não se procura, os trabalhos reflectem sempre aquilo que gostamos. Sendo a arte uma forma de comunicação não verbal, tem sempre uma mensagem identificativa de quem a faz. Acho que fundamentalmente se deve experimentar, procurar formação e tentar sempre aperfeiçoar o trabalho.



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Sou fã de muitos crafters mas não vou referir a todos. Pode parecer suspeito, mas sou fã das velas Pontos de Luz :) Gosto da maneira como a Anabela transforma o fimo. Não posso também deixar de referir as quatro pessoas com quem já partilhei o projecto Rosa Malva. São elas: a Alexandra (Papoila Menina), a Mané (Mané Pupo), a Carla (Ar do Campo) e a Carla (Birra de Sono). Existem, ainda, outras pessoas de quem admiro o trabalho, mas estas seis que referi são a combinação perfeita entre a admiração pelo trabalho que desenvolvem e o relacionamento pessoal que mantenho.

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Esta pergunta suponho que está direccionada para o tema que estamos a abordar, mas vou dar uma resposta a nível global: ser feliz, fazer sempre mais e melhor. Não tentar fazer melhor que os outros, mas melhor do que aquilo que faço.

domingo, 6 de setembro de 2009

Rita Vaz Origami



Nome: Rita Vaz
Cidade: Porto
Blog: rvorigami.blogspot.com




Como descreverias o teu trabalho?

Uma junção entre o design e o origami de forma a criar artigos de decoração, de bijutaria, embalagens, onde as dobras perfeitas são um vício.



Como é que tudo começou?

Há alguns anos que faço origami como brincadeira, mas um dia uma amiga desafiou-me a pensar no origami um pouco mais a sério e foi aí que descobri como esta arte é fascinante e como origina um universo ilimitado de possibilidades.

Como escolheste o nome do teu projecto?

Foi a associação mais rápida entre o meu nome e esta fantástica arte que se chama Origami.



Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Desde pequena que gosto muito de manualidades e em especial por tudo o que se possa fazer com papel. Ver um sorriso no rosto de quem recebe uma das minhas peças, é a minha maior motivação.

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Não. Divido o meu tempo entre o design de comunicação (a minha formação base) e o origami, mas, desde que descobri as potencialidades desta arte fabulosa, cada vez tenho menos tempo para a minha principal ocupação. No entanto, a minha formação em design reflecte-se sempre nos meus crafts.



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Vou buscar inspiração a tudo o que me rodeia. Como designer estou sempre atenta aos mais pequenos pormenores, que depois acabam por influenciar o meu trabalho.

Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Grande parte dos papéis que utilizo são desenhados por mim. É difícil encontrar no mercado papéis com a gramagem e com os padrões que satisfaçam todas as minhas necessidades, por isso decidi começar a desenhar os padrões à medida das peças que vou criando.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

Quando me surge uma ideia nova e aqueles primeiros passos de experimentação até conseguir concretizá-la.

Como é que divulgas o teu trabalho?

Tenho as peças à venda em algumas lojas, através do blog, das feiras de artesanato urbano e das pessoas que gostam do meu trabalho e me ajudam a divulgá-lo.



A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sim, sem dúvida. Abre portas para mercados e pessoas aos quais nunca teríamos acesso de outra forma.

O que achas da actual moda do artesanato urbano?

É uma moda interessante, mas perigosa! As pessoas ficam fascinadas com tanta coisa que se pode fazer e com a quantidade de ferramentas que nos facilitam o trabalho, que quando damos conta, está meio mundo a fazer as mesmas coisas.



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Acho que o mais importante é ser-se original e dar largas à imaginação, sem ter medo de experimentar.

Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Não tenho favoritos. Gosto de imensos trabalhos dos mais variados crafters.



Quais são os teus sonhos para o futuro?

Ter mais tempo para conseguir concretizar todos os meus projectos.