domingo, 18 de julho de 2010

Pistachio by Rita Leal



Nome: Rita Leal
Cidade: Amadora
Blog: pistachio-ritaleal.blogspot.com
Loja online: agora em stand-by pois prefiro o contacto directo!
Flickr: www.flickr.com/photos/pistachio-ritaleal


Como descreverias o teu trabalho?

São peças únicas, com materiais escolhidos a dedo, com muito detalhe e cuidado no fabrico.

Para mim fazer colecções é aborrecido, prefiro antes que cada peça vá nascendo ao sabor da inspiração e dos pedidos dos clientes, é claro! Todas a peças são numeradas e pertencem a uma categoria (agendas, cadernos, álbuns, pulseiras…)

Todas as partes são importantes, desde a peça em si até à etiqueta e ao embrulho, que adoro fazer!



Como é que tudo começou?


O meu começo não foi diferente do de muita gente… com a bijutaria, em 2004. Mas pensando bem começou muito antes porque sempre criei alguma coisa. Desde que me lembro que invento coisas com todos os materiais possíveis. Felizmente, tive bons professores de artes que me levaram a experimentar muitas coisas e a mudar de opinião em relação a outras, como a aguarela.

A passagem da bijutaria para os cadernos, álbuns e afins foi natural, pois sempre quis fazer cadernos, mas não sabia a técnica. Muitas peças começam com um pedido de alguém, experimento e, se correr bem, faço mais.



Como escolheste o nome do teu projecto?

A origem do nome Pistachio não tem nada de extraordinário. Como comecei a fazer brincos e colares tive a necessidade de um suporte para colocar os preços e, como etiquetas sem uma imagem não tinham graça nenhuma, criei um logótipo. Vi o nome pistáchio escrito numa revista e pareceu-me bem! E eu nem sequer gosto de pistáchios…



Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Uma enorme vontade de criar! Os desafios que me propõem em cada peça nova! As reacções que provoco nas pessoas quando acerto em cheio no que querem! O interesse que demonstram nas minhas peças! E não vou negar que a parte financeira também é importante pois só comprar materiais destrói qualquer orçamento familiar!



Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Sou designer a maior parte do dia, mas não consigo trabalhar só no computador, preciso de mexer nos materiais, usar as mãos! Gosto de ser designer e artesã.

De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Nem sei muito bem… só sei que tenho de ver muita coisa. Também compro muitas revistas e livros, não necessariamente relacionadas com a área. A criatividade é uma coisa difícil de perceber.



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Geralmente compro no comércio tradicional, pois gosto de ver ao vivo e poder tocar nos materiais, mas de vez em quando perco a cabeça e compro através da internet em países como Japão e Taiwan quando quero aqueles tecidos fantásticos! Por outro lado, também me costumam oferecer fitinhas e botões, que eu adoro pois são sempre peças únicas.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

Depende da minha disposição! Acho que gosto de todas as fases mas aquela parte em que dou o último retoque e a peça fica pronta é a minha preferida! O que vem depois é que não gosto muito: a venda! Para isso é que não tenho jeitinho nenhum. A motivação também é muito importante. Quando alguém se emociona com um álbum cheio de fotografias que eu fiz, é a melhor recompensa que se pode ter!



Como é que divulgas o teu trabalho?

O método amigo do amigo é muito importante pois não há nada como ter as coisas nas mãos para perceber todos os seus pormenores, cores, texturas… mas a Internet é também um meio muito importante que permite ao meu trabalho chegar a sítios onde eu nunca sequer imaginei. Ah! E é claro que as lojas também são muito importantes.



A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

O blog e o flickr são muito importantes pois é lá que estão todas as peças que já fiz. Serve como um catálogo que está disponível em qualquer lado. É também graças à internet que tive e tenho muitos clientes, grande parte deles repetentes, o que me alegra muito. E, claro, as lojas!



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Nem sempre é uma coisa boa pois toda a gente pensa que consegue fazer tudo e mais alguma coisa, mas não é bem assim. O artesanato urbano pressupõe qualidade, originalidade e muito trabalhinho! Mas felizmente está a passar esta parte negativa.

O melhor é o aparecimento de trabalhos muito bons, feitos por pessoas com muito talento. As feiras também são uma boa ajuda pois é no contacto directo com o público que se pode explicar todo o processo e cativar para peças manufacturadas em oposto às feitas em série.

Tudo isto me faz lembrar o movimento Arts & Crafts, só que desta vez resultou!



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

O estilo pessoal foi uma coisa que me preocupou durante bastante tempo, mas quando dei por isso as pessoas já o reconheciam! Penso que não devemos pensar muito nisso, para além de fazer muitas experiências e ver de qual é que gostamos mais, pois a motivação vai ser muito maior. A cópia não é, nunca, o caminho.



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Já são alguns, e principalmente portugueses, mas eu reduzo a lista… Amores de Tóquio, Hippyxic, Mulher de Gengibre, Estrelinha Cuca, Ricardo Rodrigues, Fadas e Princesas, Rute Reimão, Constança Cabral, Ana Ventura, Kase Faz, Graça Paz, Ana Jordão. Ai que já vai longa… Perdoem-me os que não têm nome próprio, mas é assim que me lembro deles.

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Quero que o meu trabalho se torne cada vez melhor e que a minha marca se continue a expandir. Para onde? Isso logo se vê!

domingo, 11 de julho de 2010

Joana Ribeiro



Nome: Joana Ribeiro
Cidade: Leça da Palmeira
Blog: joanaribeirojoalharia.blogspot.com
Flickr: www.flickr.com/joanaribeirobijuterias



Como descreverias o teu trabalho?

Delicado, colorido, único, sentido…



Como é que tudo começou?

Desde pequena que a minha vocação para as artes era visível… especialmente em todas as paredes da casa! Algo que até foi bem aceite pelos meus pais, que procuraram sempre estimular o meu lado criativo. Durante o preparatório nunca tive boas notas a Educação Visual mas, mesmo assim, na altura de escolher o meu futuro, não duvidei e fui para artes. No secundário, gostava de alterar o meu estilo, de fazer brincos compridos e comecei a fazer bijuteria de diversos materiais. O meu fascínio foi sempre pela área de moda e joalharia e, por essa razão, com 16 anos fiz um curso de Verão no CITEX. Todavia, não me senti realmente segura e foi aí que decidi ir para Design de Joalharia e fazer disso o meu futuro. Achei sempre que o mundo da moda seria mais complicado para singrar no nosso país. Contudo, enganei-me redondamente. Infelizmente, em Portugal, design de joalharia é chinês para muitos, especialmente os ourives que não compreendem as nossas funções e vêem-nos como um alvo a abater.



Como escolheste o nome do teu projecto?


Optei pelo meu nome. Talvez pareça um pouco narcisista, mas numa área onde todos procuram um lugar ao sol, é importante que as pessoas conheçam o nosso trabalho e fixem o nosso nome.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Sempre fiz crafts. Fossem livros de recortes infantis com histórias para o meu irmão, fossem os postais de natal para a família… sempre tive a necessidade de «pôr as mãos na massa». É uma forma de mostrar quem sou e do que gosto. Ao mesmo tempo é algo terapêutico. Talvez por isso tenha escolhido uma licenciatura tão prática.


Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Neste momento, sou estudante de mestrado em Design, no entanto, pretendo fazer futuro com as minhas jóias a tempo inteiro. Ocupo os meus dias com muito design, muita pesquisa para me manter actualizada e para terminar a minha tese. Sempre que saio para um café, procuro revistas de joalharia nacionais e internacionais, de forma a estar sempre a par das tendências.



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

Depende dos projectos. Na minha colecção «Anellus Naturalis» (vencedora do concurso Jovens Criadores’09 na categoria de Joalharia) inspirei-me na natureza. É uma temática que sempre me fascinou pelas belas formas, únicas e pela variada paleta de cores. Mas quando crio tudo me inspira, seja algo que vi numa revista, seja um quadro, qualquer objecto ou imagem servem de inspiração. Tenho projectos inspirados na comunidade piscatória de Matosinhos, na filigrana portuguesa…



Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

A base das minhas jóias é a prata que compro em lojas especializadas. Os restantes materiais encontro em diversas lojas: tintas metálicas no Maxmat e lojas de brinquedos; as pedras adquiro em casas especializadas; os esmaltes trouxe de Antuérpia, pois foi lá que aprendi a utilizá-los quando fiz Erasmus e os restantes materiais vou recolhendo da natureza.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

É quando vejo a minha ideia materializada, ou seja, quando vejo a peça a realmente ganhar forma e a alcançar o objectivo final. Por vezes, passa-se horas e horas a trabalhar numa peça, a desesperar quando algo não corre bem, mas vale a pena quando a vejo ser utilizada por um perfeito estranho.

Como é que divulgas o teu trabalho?

Inicialmente, divulgava através de mailing list, do blog e do «passa a palavra» entre amigos e familiares. No início do ano, aderi ao Facebook e ao Twitter. O Facebook é, neste momento, a ferramenta de divulgação que mais utilizo.



A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

Sem dúvida! Todos os contactos que recebo para encomendas, exposições ou lojas surgem através do facebook ou via e-mail.

O que achas da actual moda do artesanato urbano?

É verdade que está na moda, é algo muito mais falado hoje do que era há uns anos, porém, infelizmente nem tudo é positivo. Na minha opinião, existem pessoas que se auto intitulam criadores de artesanato urbano e vendem o que para mim é lixo! Lamentavelmente, muitas pessoas compram peças ditas artesanais, mas que disso pouco têm. Com esta moda, surgiram diversos eventos e mostras, o que é positivo para quem tem talento e precisa de uma oportunidade para o mostrar. Eu procuro participar em vários eventos e mostrar o meu trabalho ao público de todo o país.




Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Diria que o estilo surge naturalmente. Que procure nunca seguir o estilo dos outros. Deve dedicar-se à sua criatividade por inteiro e seguir o seu caminho com muitas experiências e tentativas.

Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Jóias da Lia: é um estilo de joalharia completamente diferente do meu, que prima pelo minimalismo elegante e diferente. Aprecio também vários crafters que já por aqui passaram!!

Quais são os teus sonhos para o futuro?

O meu sonho é que o estado português finalmente reconheça a minha profissão e altere a lei de atribuição do contraste. Depois deste sonho é que poderei pensar ainda mais alto!