Nome: Maria Miguel Silva Santos
Cidade: Ovar
Site: www.v2ae.com/miglinha
Loja online: através do site
Como descreverias o teu trabalho?
Utilizo um material «pobre» - usado normalmente para fazer tapetes de «trapo» - e transformo-o em peças práticas, diferentes e coloridas.

Como é que tudo começou?
Já conhecia este material e sempre achei que tinha grandes potencialidades. Quando me apercebi que estava disponível para venda e que existiam cores fantásticas comecei a experimentar fazer algumas peças simples – carteiras, pregadeiras, cestos, etc.. Isso aconteceu há cerca de quatro ou cinco anos e ainda continuo a descobrir novas aplicações para este material.
Como escolheste o nome do teu projecto?
O nome do projecto tem a ver com o meu nome. Tratam-me por Miguelinha desde pequenina e o amigo que me fez o site e que pensou no logótipo achou giro usar esse diminutivo introduzindo o material que utilizo - «linhas» e assim nasceu o mig____. Além disso, no site brincou ainda com a «linha» house e a «linha» fashion e acho que resultou muito bem.

Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?
Sempre gostei de manualidades. Em adolescente fazia as prendas de Natal para oferecer às tias e a amigos (espelhos pintados à mão, peças em barro), sempre com embrulhos diferentes e originais. Penso que esse gosto não se perde. Gosto essencialmente que gostem do que faço, que achem os meus trabalhos originais e diferentes.
Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?
Os crafts são um passatempo. Trabalho nos serviços administrativos numa escola mas tenho um horário que me permite ter algum tempo para me dedicar ao meu hobby.
De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?
Geralmente começo uma peça sem uma ideia muito definida e à medida que vou progredindo no trabalho vou começando a visualizar o resultado final. Outras vezes já tenho uma ideia pré-definida da peça. A inspiração vai surgindo com a evolução do trabalho que tenho em mãos. O fio condutor comum é a cor.

Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?
Já foi mais fácil encontrar este tipo de material nas cores fortes que habitualmente uso. Por outro lado agora é mais fácil encontrar locais que vendam os «tirelos», como por exemplo retrosarias e lojas do género.
De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?
A única parte de que gosto menos é dobar o fio, mas a partir daí todos os passos do processo criativo são interessantes. No entanto, um toque final numa peça como um pormenor, uma aplicação, que vai marcar a diferença nesse trabalho, fazer com que seja único, dá-me um gozo enorme.
Como é que divulgas o teu trabalho?
Tenho o site, tenho peças em algumas lojas e vou a uma ou outra feira que considere interessante. Além disso há sempre o amigo que fala ao amigo, que fala ao amigo…

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?
O meu site é um cartão de visita e mostruário do que vou fazendo. Não tenho, no entanto, muito feedback em termos de encomendas através do site.
O que achas da actual moda do artesanato urbano?
É um fenómeno com aspectos positivos e negativos. Positivos no sentido em que as pessoas dão agora, novamente, mais importância ao que é artesanal, único, diferente. Por outro lado, valorizam a utilização de materiais reciclados, reutilizáveis. O lado negativo de qualquer «moda» é o mercado estar a ser «encharcado» com imitações, com coisas com pouca qualidade, etc.. No entanto, penso que os trabalhos verdadeiramente diferentes ou inovadores acabam por se destacar.

Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?
Observem e aprendam a dominar a técnica, mas a partir desse ponto tentem desenvolver projectos e peças únicas, diferentes do que costumam ver, que tenham claramente a vossa assinatura, que as pessoas vejam e reconheçam como vossa e de mais ninguém.
Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?
Gosto de muitas coisas de muitos crafters. A lista seria longa!
Quais são os teus sonhos para o futuro?
Continuar a puxar pela imaginação e não estagnar em termos de criatividade. Há ainda tantas coisas giras para fazer…
