Nome: Vera João Espinha
Cidade: Lisboa
Blog: perdi-o-fio-a-meada.blogspot.com
Loja online: perdi-o-fio-a-meada-shop.blogspot.com
Flickr: www.flickr.com/people/verajoao
Como descreverias o teu trabalho?
Tradicional e contemporâneo.
Como é que tudo começou?
Aprendi a fazer croché com a minha avó paterna. Durante a época da escola primária ajudava-a a fazer pegas de cozinha e capas para sacos de água quente (era uma maneira de ela me manter entretida). Quando fiquei mais à vontade, comecei a fazer roupas para as bonecas. Sempre tive um trabalho nas mãos de croché ou tricot, trabalhos simples, os preferidos eram as mantas até passar para os acessórios.
Os acessórios de croché vieram substituir a área da pintura. Deixei de pintar, por falta de espaço em casa com o nascimento da minha filha. O meu atelier passou a ser o quarto dela, fiquei condicionada a interesses que ocupassem menos espaço, embora neste momento ocupem quase tanto como a pintura!
Como escolheste o nome do teu projecto?
Queria um nome que fosse associado a lãs ou a fios, que identificasse o material, mas ao mesmo tempo não queria que se reduzisse só a isso, para o nome continuar a adaptar-se a outros projectos. Também não gosto de nomes pequenos, prefiro expressões.
Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?
Por ser um trabalho manual, descontraído e acima de tudo criativo. O croché e o tricot são uma espécie de yoga.
Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?
Ocupam uma parte da minha noite. Durante o dia, trabalho com livros a tempo inteiro, na área de design gráfico.
De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?
Vem daquilo que vejo e sinto no dia-a-dia e, naturalmente, de pesquisas que não chegam só da internet.
Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?
Posso encontrar material numa casa de lãs, como numa loja de bricolage ou numa retrosaria. Por incrível que pareça apesar de serem pregadeiras, colares e pulseiras, as lojas de bijutaria são as que frequento menos.
De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?
A de criar a primeira peça, ou então de criar a segunda peça, se a primeira não correu tão bem.
Como é que divulgas o teu trabalho?
A melhor divulgação é feita por mim ao usar a própria peça. O maior meio de divulgação é através do blog.
A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?
Tem, o trabalho chega a muitas pessoas, que de outra forma não chegariam a conhecê-lo.
O que achas da actual moda do artesanato urbano?
Não me identifico muito. Não enquadro o meu trabalho na área do artesanato urbano. Já ouvi dizer que, a moda é tudo o que deixa de ser e o que eu desejo é que o meu trabalho seja um pouco mais intemporal.
Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?
Pesquisar muito, trabalhar bastante, muita força de vontade para fazer ainda melhor do que aquilo que já existe. A repetição da mesma peça anula bastante o trabalho criativo e a qualidade acaba por se perder.
Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?
São bastantes e não quero enumerar. Gosto de acompanhar alguns blogs, tanto portugueses como estrangeiros, não necessariamente na área dos crafts. Geralmente os que têm boas imagens são os que me cativam a voltar.
Quais são os teus sonhos para o futuro?
A nível de trabalho, continuar com o projecto perdi o fio à meada e tentar organizar ainda mais o meu tempo para poder concretizar novos projectos.