Nome: Mané Pupo
Cidade: Vila Nova de Gaia
Blog: manepupo.blogspot.com
Site: http://www.manepupo.com
Loja online: através do site e do blog
Flickr: flickr.com/photos/manepupo
Como descreverias o teu trabalho?
O meu trabalho é um reflexo do mais íntimo de mim. Sou eu própria na minha forma mais confortável: com cor, com luz e muito romântica.
Como é que tudo começou?
Com a complicação da minha vida. Desde sempre estive dedicada às artes e há vários anos que me assumi como artista plástica a tempo inteiro, tendo feito várias exposições em galerias e outros espaços culturais. Mas quando nasceram os meus filhos, um logo a seguir ao outro, deixei de ter tempo para dedicar as horas intermináveis ao atelier que uma tela ou uma escultura em cerâmica exigem.
Entrei numa sabática forçada e a saudade das mãos no barro começou a manifestar-se. Então tratei de me consolar em peças pequeninas que serviam para pendurar ao pescoço. Foi quando uma amiga – porque os amigos nunca nos deixam trair a nossa essência – me sugeriu (está bem: deu-me cabo do juízo!) que partilhasse com o mundo a minha criatividade. A partir daí, e recuperando progressivamente o meu tempo, renasci e cresci no mundo dos crafts.
Como escolheste o nome do teu projecto?
Não escolhi. Mais uma vez, é uma zona de conforto. É o meu nome. Ou melhor, é o nome pelo qual me tratam desde que me lembro de ser gente. Mané - como diminutivo de Manuela, e Pupo – é nome de família com origem italiana e que significa «marioneta» (é giro, não é?).
Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?
Motiva-me a criação. O novo. O reinventado. Faço os meus trabalhos como quem respira: porque preciso para me sentir viva.
Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?
Sim, são. Que bom que é assim!
De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?
Vem do sentimento da paixão. Ora pelo mar, ora pelas folhas, pássaros, sons ou cheiros...
Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?
A base é sempre a cerâmica que compro num fornecedor especializado. Depois, todos os materiais com que a cruzo, sejam metais, tecidos, rendas, e por aí fora, têm as mais diversas origens, mas geralmente vêm ter comigo através de ofertas ou de descobertas, partilhando uma ou duas características: são velhos e cheiram a mofo.
De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?
A montagem final. Quando o sonho se torna finalmente realidade.
Como é que divulgas o teu trabalho?
Através do site, do blog, do flickr e de lojas onde tenho peças à venda. E da Rosa Malva, claro!
A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?
Sem dúvida que sim.
O que achas da actual moda do artesanato urbano?
Penso que é um sintoma muito positivo de uma geração que sabe lutar pela sobrevivência e valoriza os saberes e tradições ancestrais.
Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?
Definir um estilo passa tão somente por nos conhecermos a nós próprios e por não recear partilhar essa descoberta.
Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?
Não. Não posso. Não consigo. Se começo, não acabo...
Quais são os teus sonhos para o futuro?
Sonho poder viver apaixonada todos os dias pelo meu trabalho, como o faço agora.