domingo, 18 de janeiro de 2009

Um Quarto de Ideias



Nome: Sara Aires
Cidade: Leiria
Blog: quartodeideias.blogspot.com
Loja online:
saraaires.etsy.com
Flickr: www.flickr.com/photos/quartodeideias




Como descreverias o teu trabalho?

Gosto de poder acreditar na diferença e na originalidade. Procuro sempre pensar todo o processo, do princípio ao fim. Não gosto de seguir esquemas. Aplico técnicas tradicionais em conjunto com outras mais invulgares e não repito uma peça.



Como é que tudo começou?

Hummm, isso seria como perguntar «quando começou a respirar?». Acho que aos 4 anos a minha avó dava-me um trapo e agulha com linha e eu «costurava», aos 5 aprendi o ponto básico (corrente) do croché e pouco depois a «malha baixa» e os «pauzinhos simples».

Como escolheste o nome do teu projecto?

Quando começou, este era um projecto a três. O nome surgiu porque o blog seria um espaço onde as ideias nasceriam e tomariam forma. Um processo de dentro para fora, do interior para exterior.



Porquê fazer crafts? O que é que te motiva?

Penso que não é nada de muito transcendente, apenas um prazer enorme em construir algo, pensar todo o processo, resolvê-lo e depois contemplar o resultado. Às vezes também serve de terapia, anti-stress, tem o efeito de um mimo que dou a mim mesma, como um bom chocolate :)

Os crafts são um trabalho a tempo inteiro? O que ocupa os teus dias?

Não, embora seja formada em Escultura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, não «pratico». Tenho uma empresa de comércio de equipamentos agrícolas. Este é o meu hobby.



De onde vem a inspiração para os teus trabalhos?

De tudo e mais alguma coisa. Embora seja uma falsa motivação, a compra de material novo ou o descobrir determinada técnica dão-me cócegas nos dedos e não descanso enquanto não concretizar a minha ideia.

Onde é que encontras os materiais para os teus projectos?

Gosto principalmente de materiais têxteis, fibras de todas as qualidades, pela simples razão de que não há nada tão variado em cor e textura. Depois são materiais que me permitem transportar o trabalho para todo o lado. É incrível o quanto se pode fazer numa sala de espera para uma consulta por exemplo.



De todo o processo de produção das tuas peças qual é a parte que mais te agrada?

Gosto muito da finalização, é só aí que me permito realmente apreciar. Também gosto de não olhar durante algum tempo, para depois «voltar» à peça. Nem sempre é fácil distanciarmo-nos, mas só aí fazemos um melhor juízo.



Como é que divulgas o teu trabalho?

Através da internet, em lojas e mostras de artesanato.

A internet tem um papel importante na divulgação do teu projecto?

É essencial, como para qualquer produto, ideia ou serviço. A internet permite chegar ao público-alvo, directamente, frequentemente e no momento em que este está disponível e interessado.



O que achas da actual moda do artesanato urbano?

Acho que é positivo haver todo um movimento de ideias, de recuperação de saberes aplicados às novas tendências. Mas acho também que as pessoas deviam «pensar» mais o seu trabalho. Deviam comunicar mais e de mais formas. Não podemos nunca estar satisfeitos. Só assim criamos um cunho pessoal, único e que nos dá identidade.



Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

Fazer, fazer, pensar, criar, experimentar... desfazer, refazer... ah! e devorar toda a informação que puder. Há por vezes tendência a isolarmo-nos, a fazer o trabalho para nós. Creio ser muito mais produtivo trocar ideias com outros crafters. Através de blogs, grupos temáticos, fóruns, feiras, workshops, etc.. Eles dão-nos a tal «visão exterior» do trabalho, desapaixonada e que nos mostra os prós e os contras.



Podes partilhar alguns dos teus crafters favoritos?

Maria Ribeiro, Pirilampo Riscado, Rosa Pomar (claro), Ana Ventura... E lá fora: Camilla Engman, Irregular Expressions , Star of the East, Sara Lechner... ai, podia ficar aqui o dia todo! São muitos.

Quais são os teus sonhos para o futuro?

Poder dedicar sempre algum tempo à criatividade. Partindo daí, parece-me que tudo pode ser possível.

6 comentários:

buebau disse...

Que trabalho fantástico... eu, que estou a tentar aprender crochet (e estou a ver-me grega :), estou maravilhada com estas peças. A criatividade, as cores, as texturas são simplesmente deliciosas.
Parabéns Sara pelo trabalho original e lindíssimo que fazes.
E Parabéns Elsa, por mais uma entrevista que nos deixa com os olhos colados ao teu blog!
Boa semana***

Filipa Soares disse...

É uma excelente forma de dar a conhecer o lado de lá de quem faz artesanato, das suas motivações e inspirações.

Não conheceria este espaço se esta mesma iniciativa não tivesse tomado forma.

Vou passar a espreitá-lo, também para conhecer outras tendências.

Mto bem!!!

Atentamente

Filipa Soares

Carla M. disse...

Adorei as cores e a forma descontraída do crochet que cresce sem moldes e esquemas, mas que no final fica de tal forma... em equilíbrio!

São lindíssimos estes trabalhos.

A entrevista está muito bem conseguida e realmente já se torna um hábito passar por aqui.

Elsa Fernandes disse...

Obrigado a todas pelos comentários tão positivos. O trabalho da Sara merece mesmo :)

sara aires disse...

É um prazer e uma grande honra estar presente no meio de tantos e tão grandes talentos. Obrigada Elsa, pela divulgação e simpatia. Obrigada a todos os que comentam ou não, obrigada pelo vosso apreço.

teresa disse...

Parabéns pelos trabalhos,são verdadeiras obras de arte.
E tambem parabéns pela iniciativa destas entrevistas.